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João Paulo Oliveira e Costa

João Paulo Oliveira e Costa em Jerusalém

Fascinado pela Vida e pelo Universo, desde pequeno viajo pelo Tempo e pelo Espaço, através dos livros e dos sonhos e calcorreando o mundo num movimento permanente. Tenho vivido sempre em Lisboa, mas entro e saio da minha cidade constantemente; na viagem, o meu olhar apreende o presente e busca sempre o passado, seja numa rua de uma velha cidade, seja na torre altaneira de um castelo, ou no silêncio de um claustro, seja ainda no modo como as pessoas se vestem, se movem e se relacionam entre si. A escrita da História e do romance histórico são formas de devolver às pessoas os momentos intensos e maravilhosos que a Vida me tem concedido, a par do meu trabalho de décadas como professor de História na Universidade Nova de Lisboa.

Tendo passado toda a minha vida profissional no meio universitário, comecei pela realização de trabalhos científicos muito focados em detalhes da História, enquanto desenvolvia desde cedo actividades de divulgação. A minha vocação - os meus talentos, numa perspectiva cristã – levou-me, de facto, desde cedo, a entender que os resultados das minhas investigações e reflexões tinham de chegar a todos os interessados e não podiam ficar encerradas num círculo restrito sob uma linguagem hermética e pouco acessível. O apelo da arte levou-me a acrescentar a ficção como um outro instrumento de transmitir História, neste caso envolta na imaginação e na exploração de temas diversificados em modo ensaístico.

Nas últimas duas décadas foi crescendo o trabalho de supervisão de estudos pós-graduados e a avaliação de muitos outros investigadores que se foram afirmando na academia. Este labor dotou-me de conhecimentos complementares em âmbitos mais latos do que a investigação arquivística a que me dediquei. A intensificação das viagens, por sua vez, mostrou-me o mundo na sua fascinante complexidade; ao experimentar diferentes latitudes e temperaturas, altitudes e horizontes, vegetações densas ou espaços desérticos, sofrendo solavancos, voando ou navegando, apreendi a alteridade e a complementaridade.

Seis décadas de uma vida intensa trouxeram-me à presente fase da minha carreira em que optei por privilegiar trabalhos de síntese assentes em análises do tempo longo, numa busca de explicações para a excepcionalidade da humanidade. E por isso aqui estou.

João Paulo Oliveira e Costa na Jordania